terça-feira, 22 de junho de 2010

Mau hálito - Halitose - Um problema que tem cura

A repulsa por odores desagradáveis é comum ao comportamento humano e levou a criação de costumes e hábitos de higiene, como escovar os dentes e tomar banho. Alguns desses odores não são facilmente percebidos pela própria pessoa e podem levar a disfunção das relações sociais, como ocorre com a halitose.

O mau hálito é um problema que continuamente leva profissionais e pacientes à frustração. Isso acontece devido à falta de recursos tecnológicos capazes de definir os factores causais que são específicos para cada paciente. É importante ressaltar que na última década, graças aos avanços da tecnologia e às mais recentes descobertas pela comunidade científica internacional, o diagnóstico e o tratamento da halitose tem evoluído de forma marcante. Hoje, já é possível curar a halitose.

O termo halitose é derivado do latim. O prefixo halitus significa "ar expirado" e o sufixo osis, alteração patológica. A halitose é uma condição anormal do hálito na qual este se altera de forma desagradável. Esse odor é desconfortável tanto para o paciente quanto para as pessoas com as quais se relaciona.

Existem mais de cinquenta causas para o odor ruim exalado pela boca, sendo as mais comuns presença de saburra lingual - secreção esbranquiçada no fundo da língua, gengivite, periodontite, baixa produção de saliva, feridas cirúrgicas, cáseos amigdalianos - pequenas bolinhas que se formam no interior das amígdalas, afecções da garganta, e em menor proporção sinusite, diabetes, jejum prolongado, ingestão de alimentos odoríferos, intolerância alimentar, dentre outros.

Ao contrário do que pensa o senso comum, o estômago não é o grande responsável pela presença do mau hálito, já que o mesmo pode provocar halitose somente em casos específicos, que correspondem a um total de 0,1% dos pacientes.

Muitas vezes os odores bucais assumem máxima importância na suspeita e no diagnóstico de algumas doenças sistémicas, para as quais o odor é característico. Nesta situação, além da obtenção do diagnóstico e do tratamento da doença sistémica, o mau odor bucal desaparece com o tratamento da causa.

Howe, microbiologista da Universidade de Toronto, descreveu que o mau hálito "tem a sua importância pelo fato de que é uma constante fonte de miséria para os seus portadores. O portador de halitose tem sua vida social, profissional e sentimental afectadas".

Mesmo a harmonia familiar pode ser quebrada pela sensação de repugnância que gera mesmo nas pessoas mais tolerantes. Apesar das boas intenções, os amigos e parentes não têm coragem em revelar. Defendem-se afirmando não querer magoar ou ferir. Cameira, pesquisador da Universidade de Sevilha, justifica "apontar um problema sem apresentar solução é mera crítica. Mas, e quando já existe solução? Essa é a oportunidade de libertar um indivíduo.

Hoje, tratar o mau hálito significa ter à disposição um profissional que compreende como esta é incapacitante. Mas que sabe e afirma que a ciência já venceu essa batalha. O que é oculto se revela ao especialista por meio de exames como do nariz eletrônico - OralChroma, halimetria, sialometria, culturas bacterianas, análise de marcadores químicos e testes vários.

Na investigação do hálito, o rigor científico é a chave para o sucesso do tratamento. Neste contexto, funcionam as clínicas onde se faz o diagnóstico. Após correta identificação da causa da halitose, o paciente é conduzido ao profissional que irá intervir na origem do problema, seja ele do foro da cavidade bucal, otorrinolaringologia, gastrenterologia, nutrição, proctologia, medicina interna.