quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Estudo brasileiro de neurocirurgia prevê sobrevida aos pacientes do SUS

Estudo brasileiro de neurocirurgia prevê sobrevida aos pacientes do SUS

 Por Monica Coronel

                        Trata-se do primeiro estudo brasileiro sobre a interferência dos Fatores socioeconômicos na sobrevida de tumor cerebral, resultado da pesquisa da equipe do  neurocirurgião José Carlos Lynch, Chefe do Setor de Neurocirurgia do Hospital dos Servidores do Estado (HSE) do Rio de Janeiro.O resultado desta pesquisa, a primeira realizada na história da neurocirurgia do país, servirá para alavancar recursos que poderão contribuir para a melhora da sobrevida dos pacientes operados na rede pública.
  
           Segundo o médico Carlos Lynch, os resultados obtidos com a pesquisa, poderão auxiliar na melhora significativa da sobrevida dos pacientes operados na rede pública, como também na reversão da demora de obtenção do diagnóstico de tumor cerebral, bem como da espera para o tratamento adequado. Ele informa, ainda, que na rede pública os pacientes demoram cerca seis meses entre o tempo de sentir os primeiros sintomas, procurar ajuda e obter o tratamento, enquanto na rede privada esse tempo cai para apenas 3 (três) meses.

           - Há um momento adequando para o melhor resultado do tratamento e prognóstico da doença. Os pacientes que demoram mais tempo para obter assistência médica estão menos informados. O que desejamos e mobilizar recursos para iniciar a reversão deste quadro. É preciso que os hospitais públicos possam disponibilizar o acompanhamento de pacientes que residam em locais distantes, bem como criar campanha de esclarecimento sobre os sintomas do Glioblastoma, como forma de antecipar o diagnóstico. Ressalta o neurocirurgião José Carlos Lynch.

           A equipe de médicos que participou da pesquisa é composta por especialistas do Hospital dos Servidores do Estado (HSE): Jose Carlos Lynch, Leonardo Welling, Claudia Escosteguy, Ricardo Andrade, Celestino Pereira, e Alessandra G L Pereira.  O estudo brasileiro comparou a sobrevida de 58 (cinqüenta e oito) pacientes com Glioblastoma Multiforme operados do HSE (hospital da rede pública para o atendimento do SUS) com a sobrevida dos 21 (vinte e um) pacientes operados nos hospitais privados.

           Iniciado em 1996, o Estudo comparativo demonstra o acompanhamento de 66 (sessenta e seis) pacientes submetidos à retirada do tumor cerebral.  A idade dos pacientes observados (31 mulheres e 35 homens) variou entre 27 e 84 anos, e revelou uma estatística de sobrevida maior nos indivíduos com idade inferior a 50 anos. A sobrevida de pacientes do HSE, submetidos ao tratamento neurocirúrgico para a remoção de glioblastoma multiforme, com o mesmo perfil de pacientes da rede privada. O óbito cirúrgico (até 30 dias após a cirurgia) ocorreu em 6,7% dos pacientes operados no hospital público e em 4,8% naqueles operados na rede privada.